LINHAS DE PESQUISA
Percorremos o caminho que nos leva desde ser uma escola de referência para sermos um centro de aprendizagem experimental. Mais do que um nome, se trata de manter viva a forma de estabelecer relações com você participante, interessado, pesquisador, aluno, ativista, professor, organização e comunidade.
Queremos aumentar a visibilidade do processo e das pesquisas por trás dos cursos e eventos que a Escola Schumacher Brasil promove. Conheça abaixo as linhas de pesquisa que nos movem atualmente:
AMOR RADICAL EM MOVIMENTO
Investigamos o convite de Satish Kumar de fazer daprática do amor radical um catalisador que conecta a experiência pessoal positiva com a ação coletiva efetiva.
Vivemos em tempos nos quais múltiplas crises demandam nossa atenção - injustiças sociais, ambientais, guerras, exploração econômica. Assuntos complexos, para os quais parece, por vezes, não existirem soluções. Sentimos enorme pressão de lidar com tantas demandas e nos sentimos também isolados, sozinhos. Muitas vezes, nos sentimos fracos nessa luta pelo mundo com o qual sonhamos.
Satish Kumar, fundador do Schumacher College e ativista pela paz há mais de 70 anos, nos instiga a pensar: e se, para buscar o mundo que desejamos, não fosse necessária uma guerra, um esforço desgastante, mas sim uma revolução do amor? Longe de ser ingênuo, o Amor Radical, proposto e praticado por Satish, requer de nós o nosso mais profundo Eu e a nossa maior coragem e presença.
Neste eixo de pesquisa nos propomos a duas grandes ações: 1. Sermos guardiões do legado de Satish Kumar no Brasil e em diálogo com o movimento Global de Amor Radical em Movimento. 2. Responder com ações práticas à pergunta: O que significaria, para cada um de nós e para toda rede interconectada da vida, se nos propusermos, verdadeiramente, a praticar diariamente o Amor Radical?
Desta forma, investigaremos também como este legado e estas práticas encontram ressonância com outros pensadores nacionais e internacionais, como o Amor radical pode ser aplicado em diversos cenários como organizações, comunidades, na educação e na vida cotidiana das pessoas interessadas.
ECOLOGIA COMO ESPIRITUALIDADE
Investigamos o convite de Satish Kumar de fazer da prática do amor radical um catalisador que conecta a experiência pessoal positiva com a ação coletiva efetiva.
A ecologia é mais comumente entendida como um ramo da ciência que estuda as interações entre os seres vivos; a espiritualidade é resultado de experiências com aspectos sutis, imateriais e elevados da vida. Ambas buscam conhecer as incontáveis interações formadas por todos os seres, nos mais variados planos da existência. Neste eixo de pesquisa buscamos conhecer, seja conceitualmente seja experiencialmente as mais variadas experiências de povos tradicionais, cuja cosmopercepção está profundamente integrada à complexa dinâmica dos seres vivos. Cada uma delas entende o humano como pertencente a todo esse fluxo maior que nos forma e que o formamos a cada instante. Sustentado por Rita Mendonça desde 2023 no campo de investigação Ecologia como espiritualidade buscamos identificar as diferentes visões de mundo que conectam os seres mais que humanos à própria espiritualidade; oferecer cursos e vivências como laboratório de produção de conhecimento; elaboração de estudos específicos dentro da temática, publicar artigos e livros, colocar a temática no mundo, fazê-la conhecida.
Tal proposta é por si só transformadora, tanto para os facilitadores como para os participantes. Integrar ecologia à espiritualidade, ou melhor, entender ambas como uma só visão de mundo modifica as bases mais profundas sobre as quais nossa sociedade é constituída, diminuindo a força da visão compartimentada, materialista e dessacralizada que tanta destruição tem causado no mundo, e que diminui nossas possibilidades de viver de forma coerente com nossas potencialidades como seres vivos integrados e integrais.
ATIVISMO DELICADO
Desenvolvemos as capacidades necessárias à facilitação da transformação social, seja no ativismo ou nas empresas, orientados pela fenomenologia a complexidade.
O mundo do ativismo vive à beira do burnout. O ativismo ainda hoje se baseia na mesma lógica que cria os problemas que buscamos sanar: a convicção de estarmos certo e de respostas únicas. A partir disso nasce a manipulação, a necessidade de controle, a ilusão de progresso pela gestão de recursos. Atuamos para regenerar o planeta, porém a partir de uma lógica mecanicista, a qual é a origem de muitos dos problemas atuais.
O ativismo delicado se propõe a desconstruir visões de mundo que reforçam histórias de separação e soluções simplistas para problemas complexos. Praticar ativismo delicado significa ressignificar o nosso agir no mundo e com isso a nossa percepção. Nos propomos assim trabalhar na direção de fortalecer a nossa percepção e prática reflexiva diante de todas as situações da vida, mas principalmente no trabalho e no ativismo.
Já o pensamento vivo honra o legado de Goethe através das práticas de Craig Holdrege e Henrike Holdrege. Uma constante observação que se inicia na ciência, mas se desdobra nas mais diversas manifestações. A ponte entre o ativismo delicado de Allan Kaplan e Sue Davidoff e as práticas de Craig Holdrege e Henrike Holdrege é sustentada por Bia Tadema.
